A abertura oficial da Semana Farroupilha de 2022 foi marcada por anúncio especial para a Feira do Livro de Dom Pedrito. Nesta quarta-feira (14), o prefeito anunciou o nome do patrono da 16ª edição do evento, que acontecerá em outubro. Autor de
A abertura oficial da Semana Farroupilha de 2022 foi marcada por anúncio especial para a Feira do Livro de Dom Pedrito. Nesta quarta-feira (14), o prefeito anunciou o nome do patrono da 16ª edição do evento, que acontecerá em outubro. Autor de três obras e de diversas poesias, Edegar Motta será o nome de destaque do evento.
Com 83 anos de idade, Motta é repentista, trovador, poeta, tradicionalista, trabalhador rural, tropeiro e corretor de gado. Faz poesias há mais de 60 anos, reunindo premiações em diversos concursos. Como não sabia ler ou escrever, encontrou em escritórios de compra e venda de gado quem datilografasse seus versos.
Durante o anúncio, acompanhado pela Comissão Organizadora da 16ª Feira do Livro, o prefeito Mário Augusto afirmou que 2022 marca um momento especial para a história do município. “É um ano de reencontros, no qual vamos celebrar os 150 anos de Dom Pedrito, uma cidade referência pela união, pela paz e pela solidariedade. E em uma edição tão especial da Feira do Livro, o Patrono deve ser alguém igualmente extraordinário”, destacou.
Para o prefeito, o nome de Edegar Motta tem a essência do Rio Grande do Sul. “A cultura não tem dono, não tem regras e nem fórmulas, é aquilo que brota dos campos e dos corações, de geração em geração. A escolha de Edegar Motta – um homem que não sabia ler e nem escrever, e já tinha obras publicadas – como patrono é uma homenagem ao regionalismo e aos gaúchos”, salientou.
Tomado pela emoção, Motta declamou uma de suas poesias, intitulada Dom Pedrito é Minha Terra. “É uma honra ser o Patrono, em especial no ano dos 150 Anos de Dom Pedrito”, agradeceu. Sua história é cheia de superação. Em 1985, alfabetizou-se no curso supletivo do Instituto Estadual Educacional Bernardino Ângelo.
CONHEÇA A TRAJETÓRIA DO PATRONO
Edegar Motta nasceu em Dom Pedrito, na localidade de Três Vendas, especificamente na Farmácia Quincozes, no dia 13 de junho de 1939. É filho de Ademar da Silva Motta e de Adélia Pereira, uruguaia e artista circense de Montevideo. Ambos morreram quando Motta era criança.
O escritor teve uma infância difícil e começou a trabalhar em estabelecimentos rurais, nas estâncias e lavouras, aos oito anos de idade.
Aos 17 anos, depois de percorrer muitos estabelecimentos rurais, veio pela primeira vez a Dom Pedrito. Mesmo sem saber ler ou escrever, demonstrava qualidades de repentista, declamando versos e poesias próprios.
Com 22 anos, já com fama de trovador, foi convidado a participar de dois programas de rádio em Porto Alegre: o Torneio de Trovas, na Rádio Gaúcha, e o Grande Rodeio Coringa, na Rádio Farroupilha. Representando Dom Pedrito, foi consagrado vencedor. Essa façanha lhe rendeu a alcunha de “Coringa”, como também é conhecido.
Edegar Motta faz poesias há mais de 60 anos, reunindo premiações em diversos concursos.
Como não sabia ler ou escrever, pedia para que datilografassem seus versos, em escritórios de compra e venda de gado.
O autor tem três obras publicadas: Na Garupa do Petiço, Páginas de Minha Terra e Herança de Trovador. Muitas outras foram perdidas nas enchentes, quando o Motta morava na zona ribeirinha.
PROGRAMAÇÃO
A 16ª Feira do Livro de Dom Pedrito ocorre de 3 a 9 de outubro, na praça General Osório, após dois anos de interrupção devido à pandemia.